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O erro mais natural em trabalhar digital marketing de micro e pequenas empresas é tentar encaixar esse trabalho nos moldes clássicos da comunicação online. Tal não é possível. E, por vezes, percebemo-lo tarde demais.

 

Há 3 desafios estruturais logo à partida:

– raramente há alguém do outro lado que perceba de marketing online – sabem e conhecem o que viram nos seus feed pessoais;

– o investimento tem que ser o mais reduzido possível;

– e quando recorrem a estratégias online é para resolver um problema (potencialmente) estrutural.

 

Temos, por isso, duas opções.

Marketeers mecânicos. Usufruímos da falta de conhecimento do cliente para fazer passar ações mais ou menos eficazes, mais ou menos pensadas a médio prazo, mais ou menos capazes de gerar efetivo valor para a marca. Um bocadinho como quando temos que confiar que o carro ficou bem depois de o mecânico ter trabalhado nele…

Marketeers gestores. Descontruímos as nossas prioridades, as nossas sequências naturais de uma estratégia de marketing online e mergulhamos na empresa. Analisamos o negócio, a faturação, as dinâmicas internas, os formatos de atendimento ao público e tudo o que se passa nestas entrelinhas. A partir daqui encontramos as reais necessidades, sabemos melhor como gerir prioridades e como podemos guiar o cliente no plano estratégico.

 

Mas não dispomos de um orçamento fantástico para fazer este trabalho inicial.

Alternativas?

Não tentarmos obter a estratégia ideal inicialmente – mas encontrar apenas um problema inicial que deve ser resolvido.

 

Após esta resolução, o que ganhámos:

– a confiança do cliente porque acompanhou o nosso trabalho e confirmou a importância do mesmo;

– e tivemos margem de manobra para ‘formar’ os interlocutores do cliente. Ter tempo para explicar como funciona o processo, as interligações das várias ações e mostrar exemplos concretos de boas e más práticas é essencial para inspirarmos o cliente em querer fazer mais e ir mais além.

 

A partir daqui é possível criar uma planificação estratégica – sempre – progressiva. A par deste planeamento é fundamental garantir uma capacidade análise que cruza performance online com impacto no negócio.

Não bastam os ‘relatórios dashboards’ da Google, do Facebook, do MailChimp. Tem que existir crítica, filtro e enquadramento destes dados se não quisermos ser marketeers mecânicos, mas, de facto, peças fundamentais nos negócios dos nossos clientes.

Por último. É preciso muuuuuito tempo. Uma relação de trabalho estável com uma micro e uma pequena empresa não acontece em 6 meses. No mínimo, 2 anos.

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artigo por Cristina Pereira _ CEO @SOLOS